Loud Minority

- Diz-me meu “Mal me quer”, qual o prazer que tiras quando sem pudor te capam as pétalas?
- Nada me dói amigo. A natureza reconstrói-me para que satisfaça a ignorância de quem se ama ou julga amar.
- Mas meu “Mal me quer”, de que me serve capar-te? Nunca acertas na verdade do sentimento.
- Mas acerto na incerteza do resultado. Naquilo que depois de me desfolhares, ou por gosto aceitas, ou por revolta me acabas por atirar a um canto. Esqueceste porém que nesse canto geminarei e a outros darei uma nova esperança no resultado.
- Oh “Mal me quer” que flor aborrecida, deverias girar como o teu primo, sempre atrás do Sol, já que o Sol é luz, abafa a sombra.
- Ora amigo, aprecia a sombra que te dá frescura, ou a incerteza que te faz crescer.
- Qual é então a tua Natureza “Mal me quer”?
- É a tua, que de quando em vez te quero, ou não quero.
- Nunca mais te caparei!
- És cruel amigo. Sem me capares como proliferarei?
- Seja flor sábia, por cada uma que encontre caparei as pétalas na certeza que proliferarás, e com isso darás asas a quem mais se ame.
- Sim amigo, vai-te agora, procura outra flor, talvez uma papoila.
- Essa não, embriaga-me na sua essência.
- Vai-te amigo, então não fales com flores. Nem com a sua significância.
- Achar-me-ão louco?
- Desvairado amigo, Desvairado.
Sigo caminho numa ladeira entre muros. Na apreciação do lajedo pergunto-lhes:
- Vocês são romanas?